Na semana passada, informamos que uma empresa de marketing chamada Cox Media Group Local Solutions alegou que poderia ouvir as conversas dos usuários por meio de telefones e outros dispositivos e vendeu essas informações a terceiros. A Apple entrou em contato com o iMore para esclarecer que isso seria uma “violação clara” das diretrizes da App Store.
No FAQ na parte inferior do Blog da CMG Local Solution, antes de ser removido sem cerimônia, afirmava “Nossa tecnologia está na vanguarda do processamento de dados de voz. Podemos identificar compradores com base em conversas casuais em tempo real. Pode parecer magia negra, mas não é – é IA. A crescente capacidade de acessar dados de microfone em dispositivos como smartphones e tablets permite que nosso parceiro tecnológico agregue e analise dados de voz durante conversas pré-compra.”
Em resposta a essa afirmação, a Apple disse ao iMore que os aplicativos “devem solicitar o consentimento explícito do usuário”, conforme declarado nas Diretrizes da App Store, para registrar ou registrar a atividade do usuário por meio da câmera ou microfone do dispositivo. Os dados recolhidos e armazenados devem ser comunicados ao utilizador, podem ser retirados a qualquer momento e devem estar em conformidade com os regulamentos atuais do RGPD.
Consideração – opinião do iMore
Muitos leitores do iMore podem não estar cientes disso, mas, antes de escrever aqui, segui carreira em direito e estudei especificamente o GDPR como parte do diploma que orgulhosamente pendurei em uma parede em minha cidade natal. Algo que é importante notar é que num contrato como esse você assina com novos apps consideração é dado de ambos os lados ao que você está obtendo da interação e ao que você está dando.
Se você não tiver conhecimento do que está assinando especificamente, não será considerado um contrato válido, razão pela qual a Apple usa o termo ‘consentimento explícito do usuário’. Você não pode renunciar a direitos sobre algo oculto em um contrato do qual você não foi informado. A Apple disse ao iMore que ‘Nenhum aplicativo pode acessar o microfone ou a câmera sem a sua permissão’ e esclareceu que um indicador laranja é exibido quando eles estão ligados, em parte por esse motivo. Você pode tecnicamente ceder o seu direito a essas informações se estiver ciente dessa escolha e se os dados forem tratados de forma responsável, de modo que a CMG possa depender de pessoas que forneçam ativamente informações feitas por meio de gravações ou vídeos.
Isso não quer dizer que não existam formas legais de acessar informações de outras maneiras, especialmente aquelas fornecidas por meio de mecanismos de pesquisa, alto-falantes inteligentes e muito mais. A própria Siri não vincula seus dados a você e apenas usa informações para melhorar o dispositivo. Isso também não faz menção a quaisquer outros fabricantes de telefones, que também terão processos em vigor para interromper atividades como esta.
A Apple também destacou muitas das proteções de privacidade integradas em seu iPhone com iOS, incluindo permissões necessárias para aplicativos que desejam rastreá-lo e seu relatório de privacidade de aplicativos, que mostra com que frequência seu microfone, fotos, câmera e contatos foram acessados nos últimos sete dias. A Apple também disse ao iMore que quaisquer dados processados ou armazenados em servidores estão “associados a um identificador aleatório – uma longa sequência de letras e números”, o que significa que não podem ser rastreados até você.
A CMG Local Solutions fez afirmações sugerindo que ela tem uma maneira de contornar os processos tradicionais em outros telefones ou está potencialmente enganando os clientes quanto à eficácia de suas informações de marketing. A CMG Local Solutions foi bastante vaga sobre como funcionava a captura de dados, mas afirma trabalhar com parceiros como Amazon, Google e Microsoft. Isto não é uma indicação de culpa de nenhuma das empresas mencionadas, mas esperamos que o uso específico destes dados fique claro mais adiante.